Enquanto aumentam as evidências comprovando que o desempenho financeiro das empresas corresponde à forma como elas lidam com questões ambientais, sociais, de governança (ESG, Environmental, Social and Governance em inglês) e outras questões não financeiras, mais investidores procuram determinar se os executivos estão administrando seus negócios levando em consideração esses assuntos. Quando as empresas relatam atividades relacionadas aos critérios ESG, continuam em grande parte atendendo aos diversos interesses de seus diversos grupos de interesse - uma prática de longa data que envolve a compilação de extensos relatórios de sustentabilidade e o preenchimento de muitos questionários. Apesar de todo esse esforço, uma pesquisa recente da McKinsey descobriu algo que deveria interessar aos executivos e membros do conselho: os investidores dizem que não podem usar facilmente os relatórios de sustentabilidade das empresas para basear as decisões e conselhos sobre investimentos de forma precisa1.
O que é peculiar e desafiador na análise de investimento com foco em sustentabilidade é que as demonstrações de sustentabilidade das empresas não precisam estar em conformidade com padrões compartilhados da mesma forma que suas demonstrações financeiras. Durante anos de trabalho, organizações padronizadoras estabeleceram quase uma dúzia de importantes estruturas e normas para a elaboração de relatórios, que as empresas podem aplicar conforme seus critérios (consulte a sidebar “Um breve glossário de termos para relatórios de sustentabilidade”). Portanto, os investidores devem conciliar as demonstrações de sustentabilidade empresarial da melhor maneira possível antes de tentar fazer comparações entre as empresas.
Tanto executivos quanto investidores reconhecem que os relatórios de sustentabilidade podem ser aprimorados em alguns aspectos. De acordo com nossa pesquisa, uma ideia fortemente apoiada é a redução do número de padrões para os relatórios de sustentabilidade. Muitos entrevistados entre os executivos disseram acreditar que isso ajudaria seus esforços para administrar os impactos de sustentabilidade e reagir às tendências relacionadas ao tema, como mudanças climáticas e escassez de água. E muitos investidores disseram esperar uma maior padronização dos relatórios de sustentabilidade para ajudá-los a alocar capital e engajar as empresas de forma mais eficaz. Embora essas conclusões possam não surpreender os leitores envolvidos com investimentos sustentáveis ou com a elaboração de relatórios de sustentabilidade, foi interessante saber que os investidores também apoiam exigências jurídicas para que as empresas publiquem relatórios de sustentabilidade (Quadro 1). Neste artigo, oferecemos aos executivos, conselheiros e investidores uma visão de como os relatórios de sustentabilidade evoluíram, quais mudanças adicionais os investidores dizem desejar, e como tais mudanças podem ser realizadas.
Os relatórios hoje: Focados em externalidades e inconsistentes, embora informativos
A prática atual de elaboração de relatórios de sustentabilidade foi desenvolvida na década de 1990 quando grupos da sociedade civil, governos e outras organizações exigiram que as empresas se responsabilizassem pelo impacto exercido sobre a natureza e as comunidades nas quais atuam. No ano 2000, a Global Reporting Initiative (GRI) publicou suas primeiras diretrizes para a preparação de relatórios de sustentabilidade. No ano seguinte, o World Business Council for Sustainable Development (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) e o World Resources Institute (Instituto de Recursos Mundiais) lançaram o Protocolo de Gases de Efeito Estufa. No mesmo período, também foram criadas iniciativas voluntárias, tais como o Pacto Global da ONU e o Carbon Disclosure Project (Projeto de Divulgação de Emissões de Carbono, agora chamado apenas CDP), incentivando as empresas a divulgar informações sobre sustentabilidade. Desde a crise financeira, surgiram estruturas e padrões adicionais para auxiliar as empresas e seus investidores a entender melhor os riscos e benefícios do ESG e fatores não financeiros. Por exemplo, o International Integrated Reporting Council (Conselho Internacional de Relatório Integrado ou IIRC) defende a integração de relatórios financeiros e não financeiros, o Sustainability Accounting Standards Board (Conselho de Normas de Contabilidade de Sustentabilidade, ou SASB) identifica fatores importantes de sustentabilidade entre os setores, e o Embankment Project for Inclusive Capitalism (Projeto Embankment para o Capitalismo Inclusivo) reúne investidores e empresas que visam definir um conjunto pragmático de métricas para mensurar e demonstrar valor para os mercados financeiros a longo prazo.
Considerando a diversidade de estruturas e padrões para a elaboração de relatórios, as empresas tiveram que decidir por elas mesmas quais deveriam ser adotados. Essas estruturas e padrões dão às empresas uma liberdade considerável para escolher como fazer suas demonstrações de sustentabilidade. Para essa escolha, muitas empresas consultam membros de grupos de interesse – consumidores, comunidades locais, funcionários, governos e investidores, entre outros – sobre quais externalidades ou impactos são mais importantes para eles. A seguir, esses interesses são levados em conta de alguma forma. Mais recentemente, os stakeholders solicitaram mais detalhes sobre como as empresas lidam com oportunidades e riscos relacionados às tendências de sustentabilidade, como mudanças climáticas e escassez de água, que podem afetar significativamente os ativos, operações e reputação de uma empresa.
O escopo e a profundidade dessas demonstrações diferem consideravelmente como consequência das escolhas subjetivas que as empresas fazem sobre suas abordagens aos relatórios de sustentabilidade: quais estruturas e padrões seguir, quais stakeholders abordar e quais informações tornar públicas. De acordo com os executivos e investidores consultados na pesquisa, a diversidade dessas demonstrações é uma característica que define os relatórios de sustentabilidade como os conhecemos – e uma fonte de dificuldades, conforme explicado na próxima seção deste artigo.
O escopo e a profundidade dessas demonstrações diferem consideravelmente como consequência das escolhas subjetivas que as empresas fazem sobre suas abordagens aos relatórios de sustentabilidade: quais estruturas e padrões seguir, quais stakeholders abordar e quais informações tornar públicas. De acordo com os executivos e investidores consultados na pesquisa, a diversidade dessas demonstrações é uma característica que define os relatórios de sustentabilidade como os conhecemos – e uma fonte de dificuldades.
No entanto, cerca de 30 anos de relatórios de sustentabilidade resultaram em uma grande quantidade de dados úteis. Os stakeholders podem usar essas informações para acompanhar o desempenho relativo da sustentabilidade das empresas de ano a ano. Ao agregar dados de muitas empresas, os stakeholders podem não apenas discernir padrões e tendências nas respostas das empresas a questões de sustentabilidade, mas também comparar e classificar os negócios.
Analistas do mundo acadêmico, governo e setor privado também usaram essas demonstrações de sustentabilidade para examinar o vínculo entre desempenho de sustentabilidade e desempenho financeiro. Um corpo substancial de pesquisa mostra que as empresas que administram bem questões de sustentabilidade alcançam resultados financeiros superiores2. (Os pesquisadores demonstraram apenas que esses dois fenômenos estão correlacionados, não que a administração eficaz da sustentabilidade leve a melhores resultados financeiros.)
Investidores e proprietários de ativos parecem estar observando as demonstrações de sustentabilidade corporativa e adaptando suas estratégias de investimento adequadamente. A Aliança Global de Investimentos Sustentáveis descobriu que a quantidade de ativos globais gerenciados de acordo com estratégias de investimento sustentável mais do que dobrou de 2012 a 2018, passando de US$13,3 trilhões para US$ 30,7 trilhões3. A BlackRock relata que os ativos em fundos mútuos sustentáveis e fundos negociados em bolsa na Europa e nos Estados Unidos aumentaram mais de 67% entre 2013 e 2019 e agora somam US$760 bilhões4. Ainda, pesquisas do Morgan Stanley indicam que a maioria dos grandes proprietários de ativos está integrando fatores de sustentabilidade em seus processos de investimento. Muitos desses proprietários de ativos começaram com essa prática apenas nos quatro anos anteriores à pesquisa5.
O que os investidores querem: relevância financeira, consistência e confiabilidade
Com tanto capital em jogo, os investidores começaram a questionar as práticas predominantes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. As deficiências que os investidores destacam agora existem há algum tempo, mas eram aceitáveis principalmente pelos primeiros investidores sustentáveis e pelos diversos stakeholders da sociedade civil que costumavam ser os principais leitores dos relatórios de sustentabilidade. Mas agora que mais proprietários e gestores de ativos estão tomando decisões de investimento e engajamento pensando em sustentabilidade, existe uma maior necessidade para que as demonstrações dessa área atendam aos três critérios a seguir:
Relevância financeira
Os investidores reconhecem que suas expectativas em relação às demonstrações de sustentabilidade mudaram. Como observado pelo Chefe de Investimento Responsável em um grande fundo global de pensão: “Os primórdios do investimento sustentável eram baseados em valores: como o nosso investimento pode corresponder aos nossos valores? Agora, é baseado em valor: como a sustentabilidade agrega valor aos nossos investimentos?”
Baseados em nossas entrevistas e resultados da pesquisa, podemos perceber que os investidores desejam que as empresas forneçam mais demonstrações de sustentabilidade que sejam relevantes para o desempenho financeiro. De acordo com um executivo sênior de investimentos sustentáveis de uma das 20 principais empresas gestoras de ativos, “as corporações não fornecem dados sistemáticos sobre um terço dos fatores de sustentabilidade [que consideramos] relevantes”. Isso pode mudar à medida que mais empresas publicam relatórios alinhados aos padrões específicos do setor, criados pelo SASB em colaboração com especialistas e investidores do setor.
Autoridades governamentais e organizações da sociedade civil também parecem estar começando a acreditar quando os investidores dizem que existe uma importante conexão entre a forma como uma empresa lida com os fatores de sustentabilidade e seu desempenho financeiro. A diretiva da União Europeia de 2014 sobre relatórios não financeiros e a criação pelo Conselho de Estabilidade Financeira da Força Tarefa sobre Divulgações Financeiras relacionadas ao Clima em 2015 são dois sinais de que os reguladores financeiros perceberam que atividades relacionadas à sustentabilidade podem afetar de forma significativa a posição financeira das empresas e devem ser relatadas adequadamente.
Consistência
Com tantas estruturas e diretrizes de relatórios para escolher e tantos possíveis interesses para os stakeholders, as empresas raramente fazem demonstrações de sustentabilidade que podem ser comparadas de forma tão organizada quanto suas divulgações financeiras. Esse fato dificulta o trabalho dos investidores, conforme indicado em resposta à nossa pesquisa (Quadro 2). Como explicou o Chefe de Investimentos Sustentáveis de uma grande gestora de ativos: “Temos posições em mais de 4.500 empresas. A menos que [informações de sustentabilidade] possam ser comparadas e apresentem dados concretos, elas são de pouca utilidade para nós”.
Apesar de não ser culpa das empresas, as inconsistências entre as demonstrações de sustentabilidade também podem criar problemas para muitos investidores que obtêm dados de sustentabilidade extraídos de terceiros em vez de relatórios de sustentabilidade específicos. Esses serviços usam métodos diferentes para estimar as informações ausentes, portanto, existem discrepâncias entre os conjuntos de dados. Alguns serviços normatizam as informações de sustentabilidade, substituindo os dados reais de desempenho (como as medições das emissões de gases causadores de efeito estufa) por pontuações de desempenho calculadas por métodos que os serviços não revelam. A pesquisa mostra um baixo nível de correlação entre as classificações de desempenho dos provedores de dados no mesmo fator de sustentabilidade6.
Da mesma forma, índices e classificações proprietários de empresas sustentáveis, que algumas gestoras de ativos usam para criar carteiras de fundos de índices, também podem divergir bastante. Não é incomum uma empresa ser classificada como a melhor executora de sustentabilidade em um índice e a pior executora em outro7. E alguns serviços de dados não conseguem incluir os dados de sustentabilidade divulgados pelas empresas8.
Confiabilidade
AComo afirmou o chefe de investimento responsável por um dos cinco maiores fundos de pensão do mundo: “Muitas empresas não dispõem de sistemas para coletar dados de qualidade para relatórios [de sustentabilidade]”. Para determinados fatores tangíveis de sustentabilidade, como emissões de gases de efeito estufa, sistemas para a mensuração de desempenho geralmente funcionam bem. Para outros fatores, como cultura corporativa, capital humano, diversidade e inclusão, maneiras claras de avaliar o desempenho são de mais difícil definição.
Os investidores também têm dúvidas sobre as demonstrações de sustentabilidade corporativa, porque poucas delas são submetidas a auditorias independentes. Quase todos os investidores que responderam à pesquisa – 97% – disseram que as demonstrações de sustentabilidade deveriam ser auditadas de alguma forma, e 67% disseram que as auditorias de sustentabilidade deveriam ser tão rigorosas quanto as auditorias financeiras (Quadro 3).
Aprimoramento da prática de elaboração de relatórios de sustentabilidade
Em nossa pesquisa e entrevistas, destacou-se uma prioridade para melhorar os relatórios de sustentabilidade: a resolução das diferenças entre estruturas e padrões de relatórios. Quando pedimos aos entrevistados que avaliassem os desafios enfrentados na elaboração de relatórios de sustentabilidade, executivos e investidores classificaram "inconsistência, impossibilidade de comparação ou falta de alinhamento nos padrões" como os problemas mais significativos. A maioria dos entrevistados em nossa pesquisa – 67% – disse que deveria haver apenas um padrão e outros 21% disseram que deveria haver menos do que os existentes no momento.
Os investidores e executivos que participaram de nossa pesquisa também descreveram vários benefícios de tornar as estruturas e os padrões de relatórios mais uniformes. Os investidores esperam uma maior uniformidade para ajudar as empresas a divulgar dados financeiros relevantes mais consistentes, permitindo que os investidores economizem tempo em pesquisa e análise e cheguem a melhores decisões de investimento. Alguns ganhos de eficiência seriam acumulados à medida que os fornecedores de dados de terceiros começassem a agregar informações de sustentabilidade tão consistentes quanto as informações obtidas nas demonstrações financeiras corporativas.
A maioria dos investidores pesquisados – 63% – também disse acreditar que uma maior padronização atrairá mais capital para estratégias de investimento sustentável. Entretanto, cerca de um quinto dos investidores pesquisados disseram que padrões uniformes de relato criariam condições equitativas, diminuindo suas oportunidades de desenvolver ideias de pesquisa proprietárias ou produtos de investimento (Quadro 4).
Em nossas conversas, os executivos deixaram claro que dedicam esforços e despesas demais para responder às inúmeras solicitações a respeito basicamente da mesma informação, como dados sobre emissões de gases de efeito estufa que devem ser tabulados de maneiras diferentes para se adequarem a diferentes padrões.
Esse tipo de ônus seria reduzido se os fornecedores de estruturas e padrões para elaboração de relatórios unissem ou racionalizassem suas regras, reduzindo o número de estruturas e padrões principais para apenas um ou dois. As empresas poderiam então usar as mesmas demonstrações para atender às demandas das várias autoridades na elaboração de relatórios. (Elas ainda poderiam desenvolver demonstrações de sustentabilidade complementares se optassem por abordar questões ou preocupações dos stakeholders que não foram abordadas pelo mecanismo principal.) O estabelecimento de apenas um ou dois padrões para a elaboração de relatórios também simplificaria a tarefa de auditar as demonstrações de sustentabilidade, fazendo com que os relatórios pudessem ser verificados de forma independente e mais econômica.
Como os investidores podem ajudar a efetuar mudanças
A redução do número de estruturas e padrões para a elaboração de relatórios provavelmente precisará de muitos anos de trabalho por parte de empresas, investidores e organizações padronizadoras – que começaram a identificar lacunas e redundâncias nas demonstrações – e por outros stakeholders, como grupos da sociedade civil e órgãos reguladores. Da forma como é feito hoje, muitos investidores evitam participar de esforços para a definição de padrões. Alguns entrevistados disseram que se distanciam porque acham que a configuração padrão já deveria normalmente atender às suas necessidades. No entanto, algumas das pessoas responsáveis pela criação de padrões nos disseram que supõem que os investidores podem obter facilmente as informações de sustentabilidade das quais precisam e, portanto, focar nos interesses de outros stakeholders.
Nossas conversas nos levam a acreditar que há alguma verdade nos dois pontos de vista. No entanto, as conclusões e as entrevistas de nossa pesquisa também sugerem que os investidores podem fazer valiosas contribuições para os esforços de definição de padrões se aumentarem sua participação nesse processo. Os investidores ativos são mais propensos a participar, uma vez que prestam mais atenção do que os investidores em fundos de índice às demonstrações de sustentabilidade de empresas individuais. Até os investidores esclarecerem quais demonstrações de sustentabilidade desejam ver e ajudarem a racionalizar estruturas e padrões, os relatórios de sustentabilidade poderão continuar a fornecer menos informações relevantes do que eles gostariam.
Os investidores podem fazer várias outras coisas para aproveitar melhor as informações relacionadas à sustentabilidade fornecidas pelas empresas no momento. Primeiro, eles podem reunir as demonstrações de sustentabilidade mais importantes para suas decisões de investimento e transmitir esses interesses aos negócios. Indo um passo adiante, mais investidores poderiam envolver as empresas (por meio de diálogo direto e votação dos acionistas) em sua abordagem para administrar questões de sustentabilidade.
Mais investidores também poderiam adotar a prática ainda incomum de coletar e analisar dados de outras fontes que não sejam os relatórios e demonstrações de sustentabilidade corporativa. Alguns investidores desenvolveram algoritmos que coletam automaticamente informações não financeiras de fontes públicas (como bancos de dados governamentais sobre incidentes de saúde e segurança ou sites nos quais as pessoas postam comentários sobre seus empregadores) e examinam esses dados em busca de padrões relacionados ao desempenho financeiro corporativo de forma significativa.
Até os investidores esclarecerem quais demonstrações de sustentabilidade desejam ver e ajudarem a racionalizar estruturas e padrões, os relatórios de sustentabilidade poderão continuar a fornecer menos informações relevantes do que eles gostariam.
À medida que o mercado de investimentos sustentáveis se expande, mais investidores estão se interessando pelos relatórios de sustentabilidade das empresas. Porém, as informações que esses investidores encontram raramente atendem às suas expectativas. Do ponto de vista do investidor, as demonstrações de sustentabilidade tendem a ser vagamente relacionadas ao desempenho financeiro, de difícil comparação de uma empresa para outra e não muito confiáveis. Os investidores que participam dos esforços para melhorar as práticas para a elaboração de relatórios de sustentabilidade podem obter uma vantagem sobre seus pares mais destacados. Executivos e membros do conselho devem manter-se atentos a esses esforços e até mesmo participar deles para manter a reputação de suas empresas junto aos acionistas.